(Foto: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
MANAUS (AM) – O Amazonas se manteve entre os Estados onde mais mata indígenas no Brasil, segundo o relatório “Violência Contra os Povos Indígenas”, divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) na tarde desta segunda-feira (22). De acordo com o Cimi, dos 208 indígenas assassinados no País, 47 foram em Roraima; 43 no Mato Grosso e 36 no Amazonas.
O Cimi é órgão vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e atualmente, é presidido pelo arcebispo de Manaus, Leonardo Steiner, que expressou “profundo pesar” ao apresentar o documento.
“A cada ano, depois de organizarmos e analisarmos os dados e as informações que nos são enviadas pelas equipes de missionárias e missionários, bem como as obtidas junto aos órgãos públicos e à imprensa, vemos que as descrições de fatos e as cenas de violência se repetem e nos impactam profundamente”, disse o cardeal.
Os dados são do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e de informações obtidas junto à Sesai via Lei de Acesso à Informação (LAI). Os dados de suicídios também se mantêm assustadores, com 180 vítimas e elevados casos nos estados do Amazonas e de Mato Grosso do Su.
O levantamento destaca os ataques de garimpeiros contra Yanomami, em Roraima e no Amazonas, que continuaram ao longo de 2023, apesar das operações realizadas no primeiro semestre do ano na TI Yanomami. “Assassinatos, ataques armados, violências sexuais e aliciamento de indígenas para o garimpo, com fomento de conflitos internos, integraram o trágico quadro da continuidade das violências neste território”, diz o relatório.
Para o Cimi, a ausência do poder público permite crimes contra as populações indígenas, ameaçadas por invasores, garimpeiros e contaminação por doenças ou mercúrio utilizado no garimpo ilegal.
A nova gestão no governo federal renovou portarias de restrição de uso de territórios que o governo anterior havia deixado vencer, mas a situação ainda é considerada preocupante, pois a maior parte das terras indígenas com presença de isolados que foram invadidas nos anos anteriores seguiu registrando invasões em 2023, segundo o Cimi.
Conforma o Conselho, ao menos 56 do total de 119 registros de isolados contabilizados pela Equipe de Apoio aos Povos Livres (Eapil) do Cimi encontram-se em terras indígenas que registraram invasões ou danos ao patrimônio em 2023.
“Apesar da renovação de portarias de restrição de uso, não houve providências do governo federal para garantir a proteção de isolados cuja localização foi registrada fora de terras indígenas atualmente reconhecidas, que correspondem a 37 dos 119 registros contabilizados pela Eapil. Parte destes registros sem providências é reconhecido pela própria Funai, como é o caso dos isolados do Mamoriá Grande, em Lábrea (AM)”, diz o relatório.
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