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‘Chico Lio’ é condenado a 34 anos por execução de adolescentes em Manaus

MANAUS (AM) – O Tribunal do Júri condenou Ericsson de Lira Reis, conhecido como “Chico Lio”, a 34 anos de reclusão em regime fechado pelos homicídios qualificados de duas adolescentes, Thayssa K.S.A e Sigrid L.S. A decisão ocorreu na última semana. As vítimas, ambas com 14 anos, foram brutalmente assassinadas no bairro Educandos, em Manaus, em um crime que gerou repercussão nacional.

Em 6 de junho de 2020, Sigrid e Thayssa foram sequestradas e levadas para uma casa abandonada, onde foram submetidas a tortura e, em seguida, executadas com disparos de arma de fogo. As investigações indicaram que o crime foi motivado pela suspeita de envolvimento das vítimas com facções criminosas rivais. As adolescentes haviam feito gestos em vídeos em suas redes sociais que eram associados a uma facção rival.

O Ministério Público do Amazonas, representado pelo promotor Flávio Mota Morais Silveira, atuou no julgamento, sustentando a acusação de homicídio qualificado, com as qualificadoras do motivo torpe, emprego de tortura e recurso que dificultou a defesa das vítimas. Apesar da tentativa da defesa de desqualificar as provas e negar a autoria do réu, a maioria dos jurados acolheu a tese do MP.

A sentença reflete a gravidade do caso, mas ainda há necessidade de revisar a pena, levando em consideração a extrema violência e a tenra idade das vítimas”, afirmou o promotor Flávio Mota, que antecipou que a Promotoria irá recorrer para pedir o aumento da pena, que atualmente é de 34 anos de reclusão.

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A defesa tentou, sem sucesso, reverter as provas apresentadas pela acusação. A condenação, no entanto, não marca o fim do processo. O réu, que já possui antecedentes criminais, incluindo uma condenação anterior por tráfico de drogas, encontra-se foragido, e a Promotoria enfatizou a necessidade de sua captura para garantir a segurança pública e a justiça para as vítimas.

Impacto e Periculosidade do Réu

Além da condenação pelo duplo homicídio, Ericsson de Lira Reis é considerado altamente perigoso, dada sua ligação com facções criminosas e seu histórico de envolvimento em atividades ilícitas. Ele estava em liberdade provisória quando cometeu o crime e, até o momento, continua foragido. A Promotoria reforçou a importância de sua captura, destacando que sua presença fora do sistema penitenciário representa um risco para a segurança da sociedade.

A violência contra adolescentes em contextos de vulnerabilidade, como o ocorrido no caso das vítimas, é um problema crescente no Amazonas e no país. O caso de Sigrid e Thayssa é um reflexo de um padrão alarmante de crimes cometidos por facções criminosas, com uma preocupação crescente sobre a violência contra jovens que acabam sendo alvos devido à sua inserção em contextos de vulnerabilidade social.

A sociedade amazonense não tolera mais esse tipo de violência. A atuação da Justiça é uma resposta firme contra esses crimes”, afirmou o promotor Flávio Mota, destacando a importância de que casos como este sirvam de exemplo para a sociedade e para outros criminosos.

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Jirau News - Da Redação

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