(Foto: Diocese/Reprodução)
MANAUS (AM) – O delegado José Barradas, titular da Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Coari (a 363 quilômetros de Manaus) disse, nesta segunda-feira (19), que o padre Paulo Araújo da Silva, de 31 anos, preso nesse domingo (18), estuprou e obrigou uma adolescente a abortar.
Paulo Araújo da Silva foi preso preventivamente, durante operação de combate à pedofilia. O padre estava sendo investigado pela prática dos crimes de filmar e produzir cenas de sexo explícito com adolescente, exploração sexual, aborto e ameaça.
Ainda segundo a PC-AM, os crimes ocorreram em setembro de 2023, tendo como vítima uma adolescente de 17 anos. As investigações iniciaram após denúncias informando que o autor estava tendo relações sexuais com a vítima, filmava e armazenava em seu computador.
“Esta menor, quando ela foi levada até a delegacia para prestar depoimento, ela narrou que desde os 14 anos, tinha relações sexuais com o padre. No momento em que ela engravidou, que foi ano passado, o padre obrigou ela a abortar e teve a participação de um amigo do padre, que levou um medicamento e ela foi obrigada a ingerir,” disse o delegado durante coletiva.
Ainda segundo o delegado, o padre “enterrou o feto” no quintal da casa do amigo identificado como Francisco Rayner Barros Batista, após o aborto, o que foi comprovado por meio de fotos. Francisco Rayner é considerado foragido e é procurado pela polícia.
Durante depoimento, a vítima disse que sofria ameaças e violência psicológica do padre, que a obrigava a permanecer no relacionamento, segundo o delegado.
“Ela estava sofrendo muita violência psicológica porque o padre, o modus operandi dele, além de cooptar as vítimas na paróquia, ele obrigava as vítimas a ficarem com ele. Às vezes que elas disseram ‘Não, eu não quero mais ficar com você’, o padre dizia ‘Você é minha, você me pertence e se você não ficar comigo não ficará mais com ninguém’”, disse o delegado.
Durante a operação da PC-AM, foram encontrados mais de 250 vídeos pornográficos com menores e R$ 30 mil.
Em nota, a Diocese de Coari manifestou solidariedade com as vítimas, disse que afastou o religioso de todas as funções que desempenhava na Igreja católica e se colocou em “total disponibilidade para colaborar com as autoridades civis a fim de que se esclareçam os fatos.”
“Diante da prisão preventiva do Padre Paulo Araújo da Silva, incardinado na Diocese de Coari,
acontecida na manhã deste domingo, 18 de agosto, acusado de cometer crimes, manifestamos nosso
repudio a toda forma de abuso e exploração.
A Diocese de Coari manifesta sua solidariedade às vítimas e a suas famílias, colocando-se
prontamente disponível para acompanhar a ajudar na superação dos traumas provocados pelos
abusos cometidos pelo Padre Paulo Araújo da Silva.
Sendo assim, a Diocese tomou todas as providências canónicas necessárias, que determina a lei da
Igreja, afastando o referido religioso de todas as funções que desempenhava na Igreja católica.
E também a diocese se coloca em total disponibilidade para colaborar com as autoridades civis a fim
de que se esclareçam os fatos.
Reiteramos assim nosso compromisso com a justiça e a verdade.
Ao povo de Deus na Diocese de Coari, convidamos a voltar-nos para o Senhor, implorando seu
perdão diante do grave crime que atenta contra a dignidade humana e escandaliza a fé dos pequenos.
Que Sant’Ana, Mãe e Mestra, nos ajude a continuar o caminho do cuidado com os pequenos e
frágeis”.
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