MANAUS (AM) – A freira Paulina Irmã Gervis, que vive em Manaus e participou do Sínodo da Amazônia, no Vaticano, relembrou com emoção o encontro com o Papa Francisco. Em meio ao luto pela morte do pontífice, a religiosa descreveu o momento como “uma experiência indescritível” e “um verdadeiro reflexo do amor de Deus”.
“Eu tinha esse desejo de, um dia, encontrar com o Papa, né? E encontrei com o Papa Francisco. A primeira experiência que eu digo é que, realmente, ele é um homem de Deus. Olhar nos olhos dele foi como olhar para um representante direto de Deus”, afirmou.
Ela contou que, durante os dias em que esteve no Vaticano, sentiu profundamente a presença acolhedora e igualitária do Papa, especialmente diante das mulheres participantes do Sínodo. “Dava para perceber que ele escutava com atenção especial quando nós mulheres partilhávamos temas como terra, água, Amazônia e os povos indígenas. A voz feminina chamava a atenção dele”, relatou.
Segundo Irmã Gervis, o Papa demonstrava um profundo desejo de ver as mulheres com mais espaço dentro da Igreja: “Ele queria que as mulheres fossem mais reconhecidas, valorizadas, e que pudessem tomar decisões, não apenas ouvir.”
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Ela recorda com carinho o momento em que o grupo de mulheres tirou uma foto com o Papa: “A gente sentia a alegria dele de estar ali conosco. Ele transmitia paz, serenidade, compreensão, a ternura de Deus.”
Para a freira, Francisco foi um Papa comprometido com os pobres, os marginalizados e com a Amazônia. “Ele tinha um carinho e uma ternura muito grande pelos povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas. Ele dizia que veio do fim do mundo, mas trazia o mundo inteiro no coração.”
Mesmo com a dor da despedida, Irmã Gervis reforça a fé na continuidade da missão deixada por Francisco: “É uma tristeza profunda, mas com fé. Ele está nos braços de Deus, intercedendo por nós e pela Amazônia. Ele viveu a teologia do pobre, a teologia da ternura, a teologia de Jesus. E isso é eterno.”
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