MANAUS (AM) – Mesmo diagnosticado com Covid-19 e Influenza, o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), anunciou nessa sexta-feira (4) que irá a São Paulo para participar do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, que pede anistia aos presos pelos ataques golpistas de 8 de janeiro aos prédios dos Três Poderes. Em uma rede social, Lima afirmou que aceitou os convites do ex-presidente e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para se juntar ao evento.
O anúncio contraria sua própria declaração feita quatro dias antes, quando afirmou estar em isolamento e sob cuidados médicos após ser diagnosticado com os dois vírus. “Seguirei coordenando os trabalhos do Governo do Estado de casa, até minha plena recuperação”, disse Wilson.
A decisão de Wilson Lima de comparecer ao ato ocorre em um momento de intensa movimentação política. O governador articula uma candidatura ao Senado em 2026 e busca o apoio do bolsonarismo para viabilizar sua eleição. A proximidade com Bolsonaro — que nesta semana se tornou réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado — tem sido cada vez mais explícita. Há, inclusive, rumores de que Lima pode deixar o União Brasil e se filiar ao partido do ex-presidente, o PL.
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A presença de Lima no ato também resgata uma memória amarga da pandemia. Durante a primeira e a segunda ondas da Covid-19 no Amazonas, o estado enfrentou um dos cenários mais graves do país, marcado por colapso no sistema de saúde, falta de oxigênio e recordes de mortes. À época, o governador foi convocado a depor na CPI da Covid no Senado, mas precisou recorrer ao Supremo Tribunal Federal para não comparecer. O episódio ainda hoje pesa sobre sua imagem pública.
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