MANAUS (AM) — Empresas de navegação informaram que vão cobrar US$ 5 mil (cerca de R$ 32,2 mil) de “taxa de pouca água” por contêiner no Amazonas a partir de agosto, devido à rápida descida dos rios. Este ano, a previsão é de seca severa no estado.
O setor empresarial e industrial protestou contra a sobrecarga nos custos das mercadorias, apontando um aumento de até 180% em comparação com os valores cobrados no ano passado, dependendo da empresa.
A Aliança Navegação e Logística anunciou a menor taxa, de R$ 15 mil por contêiner, a partir de 1º de setembro. A MSC cobrará US$ 5 mil (R$ 27,3 mil) a partir de 1º de agosto, enquanto a Maersk cobrará US$ 5,9 mil (R$ 32,2 mil) a partir da mesma data.
A informação foi divulgada pelo secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas, Serafim Corrêa, durante uma reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS) nesta quarta-feira (3).
“A operadora de navegação MSC distribuiu um comunicado informando que cobrará uma ‘taxa de pouca água’ de US$ 5 mil por contêiner a partir de 1º de agosto. A Maersk anunciou uma taxa de US$ 5,9 mil por contêiner. Para se ter uma ideia do absurdo, no ano passado, devido à estiagem severa, em outubro, a taxa cobrada foi de US$ 2,1 mil”, afirmou o secretário.
Serafim Corrêa destacou ainda que o valor da “taxa de pouca água”, somado ao frete, representará 40% do custo total da mercadoria.
“Isso é um absurdo. Derruba todos os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus, tornando inviável a operação”, afirmou. “As operadoras de navegação estão se aproveitando de uma situação que ainda nem aconteceu para lucrar. Isso é inaceitável.”
O presidente da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, apoiou o protesto: “Estamos enfrentando uma situação que está prejudicando a classe produtora”.
Presente na reunião, o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Fernando Elias Rosa, afirmou que levará a questão ao ministro e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.
“Vamos tentar dialogar e construir uma solução junto ao setor privado. O custo alto do frete inviabiliza a competitividade da Zona Franca de Manaus. Não é razoável”, disse.
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