(Foto: Divulgação)
MANAUS (AM) – A Polícia Federal indiciou 13 pessoas, entre elas dois ex-comandantes da segurança pública do Amazonas e 11 policiais militares, por crimes relacionados ao massacre do rio Abacaxis, ocorrido entre os dias 3 e 5 de agosto de 2020. O caso, considerado um dos episódios mais violentos recentes na região amazônica, envolveu assassinatos, tortura, cárcere privado e ocultação de cadáveres durante uma operação da Polícia Militar em comunidades ribeirinhas e indígenas entre os municípios de Borba e Nova Olinda do Norte, a cerca de 130 quilômetros ao sul de Manaus.
O relatório de 166 páginas da PF, obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, aponta que os militares agiram para vingar a morte de dois colegas durante uma troca de tiros na região, após uma suposta tentativa de homicídio contra um secretário estadual. A reação da corporação foi a deflagração da chamada Operação Lei e Ordem, que resultou na invasão de casas, execuções sumárias, tortura de crianças e adultos e desaparecimento de corpos.
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Os indiciados são:
Louismar de Matos Bonates, coronel da PM na reserva e ex-secretário de Segurança Pública do Amazonas, no governo de Wilson Lima (União)
Ayrton Ferreira do Norte, coronel da PM na reserva e ex-comandante-geral da Polícia Militar
Thiago Dantas Pinto (capitão)
Aldo Ramos da Silva Júnior (capitão)
Getúlio Vargas Filho (sargento)
Pedro Alex da Silva Balieiro (sargento)
Ezio Ranger Peres Pimentel (subtenente)
Josias Seixas de Brito (sargento)
Valdemir Pereira Júnior (sargento)
Jefferson Diógenes Castro de Souza (soldado)
Paulo Henrique Reis da Costa (cabo)
Jackson de Sousa Machado (cabo)
Pompilio Henrique de Lima (tenente)
Todos foram indiciados por homicídio qualificado, tortura, sequestro e cárcere privado, vilipêndio a cadáver, ocultação de cadáver, fraude processual e constituição de milícia privada. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas disse estar colaborando com as investigações e defendeu que a conclusão do inquérito é parte do processo de esclarecimento dos fatos.
O relatório detalha o uso de balaclavas pelos policiais, ameaças com combustível e isqueiros, prisões ilegais e execuções dentro da Terra Indígena Kwatá-Laranjal. Entre as vítimas está um menino de seis anos, que foi prensado contra a parede com um freezer e depois trancado dentro do equipamento como forma de intimidação.
Um dos crimes mais chocantes foi a execução de dois irmãos indígenas, um deles esquartejado e com o corpo ocultado. O relatório aponta que a ordem para a operação partiu diretamente do então comandante-geral Ayrton Norte, que esteve presente na região e, segundo testemunhas, incentivou ações violentas como forma de represália.
A PF afirma que os relatos colhidos durante as investigações demonstram “crueldade extrema e a motivação vingativa” dos militares. Apesar da gravidade das acusações, todos os envolvidos negaram participação nos crimes.
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