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Polícia

Na ONU, Lula denuncia ‘genocídio em Gaza’ e diz que democracia brasileira é inegociável

Lula citou a recente condenação de Jair Bolsonaro por atentar contra o Estado Democrático de Direito como prova da solidez das instituições

(Foto: Ricardo Stuckert / PR)

NOVA IORQUE (EUA) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez, nesta terça-feira (23), um dos discursos mais duros de sua trajetória na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Diante de chefes de Estado e representantes de quase 200 países, Lula alertou para o risco de colapso do multilateralismo, defendeu a democracia brasileira e condenou de forma contundente o que chamou de “genocídio em curso em Gaza”.

Logo no início de sua fala, o presidente afirmou que a autoridade da ONU está em xeque e criticou “a consolidação de uma desordem internacional marcada por seguidas concessões à política do poder”. Lula fez um paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia, apontando que forças autoritárias se fortalecem quando a comunidade internacional se omite.

Em um recado direto, Lula citou a recente condenação de Jair Bolsonaro por atentar contra o Estado Democrático de Direito como prova da solidez das instituições brasileiras. “Não há pacificação com impunidade”, disse, reforçando que a democracia e a soberania do Brasil são “inegociáveis”.

Ao tratar da crise humanitária no Oriente Médio, Lula foi incisivo. Rejeitou os atentados do Hamas, mas ressaltou que “nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em Gaza”, responsabilizando o Ocidente pela cumplicidade no massacre. O presidente defendeu a criação imediata de um Estado palestino como única saída para a sobrevivência do povo palestino e criticou o veto que impede o reconhecimento pleno da Palestina na ONU.

Na pauta econômica e social, Lula destacou que o Brasil voltou a sair do Mapa da Fome, mas lembrou que mais de 670 milhões de pessoas ainda passam fome no mundo. Defendeu a taxação global dos super-ricos, a redução de gastos militares e o alívio da dívida dos países pobres, especialmente africanos.

O presidente também apresentou iniciativas brasileiras no campo digital, como a lei recém-aprovada para proteger crianças e adolescentes na internet, além de projetos para regular plataformas digitais e datacenters sustentáveis. No clima, reafirmou que a COP30 em Belém será a “COP da verdade”, cobrando maior responsabilidade dos países ricos.

Lula encerrou lembrando a memória de Pepe Mujica e do Papa Francisco, exaltando o legado humanista de ambos e pedindo coragem às lideranças mundiais para enfrentar desigualdade, autoritarismo e degradação ambiental.

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