BRASÍLIA (DF) – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a retirada de sigilo de informações prestadas pela Polícia Federal e da gravação de reunião com Jair Bolsonaro (PL) sobre a “Abin Paralela” na investigação do monitoramento ilegal de pessoas e autoridades públicas, e autorizou acesso de advogados de defesa aos autos da PET 12.732.
Segundo o ministro, a informação sobre as investigações divulgada parcialmente estaria gerando desinformação.
“Ressalto, ainda, que, a eventual divulgação parcial – ou mesmo manipulação – de trechos da Informação de Polícia Judiciária nº 2404151/2024 (fls. 334-381), bem como da gravação nela referida, tem potencial de geração de inúmeras notícias incompletas ou fraudulentas em prejuízo à correta informação à sociedade”, diz Moraes no documento.
No áudio, Bolsonaro discute com Augusto Heleno, à época, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e com as advogadas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como buscar informações em órgãos oficiais sobre investigação contra o senador no caso das “rachadinha”.
Além do GSI, segundo a transcrição das conversas, também atingiriam dados da Receita Federal. Em um trecho, a advogada Juliana Bierrenbach diz que recomendaram o nome de uma funcionária para ter acesso ao sistema.
“Eles encomendaram uma senhora que torna indetectável o acesso feito por eles”, disse a advogada.
Em outro trecho o general Augusto Heleno afirma que tem que manter o assunto “fechadíssimo”. “Tentar alertar ele que, ele tem que manter esse troço fechadíssimo. Pegar gente de confiança dele. Se vazar [inaudível]”.
A PF diz que foi discutida proteção a Flavio contra investigações. Veja aqui a transcrição da reunião.
Segundo a Polícia Federal na investigação da Abin paralela, o áudio da reunião possivelmente foi gravado por Alexandre Ramagem, então comandante da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).