MANAUS (AM) – O governador Wilson Lima afirmou nesta sexta-feira (5) que o Procon-Am vai notificar empresas de transporte hidroviário por cobrança abusiva de produtos e insumos durante a estiagem no Amazonas.
Wilson explicou que ao alterar o valor da taxa do transporte, os preços dos produtos como alimentos e remédios ficam mais caros porque o preço do transporte também é incluído no valor da compra final. Wilson disse que recebeu com “indignação’ a notícia do aumento da taxa.
“O comércio, os setores produtivos e a indústria responderam com muita indignação, e não era para menos. Nós sofremos muito no ano passado com esta questão da seca e vamos sofrer mais ainda este ano, porque o principal meio que nós temos aqui são os barcos. Os nossos rios são nossas estradas e no momento em que a gente mais precisa de ajuda, de alguém que está tendo lucro na região amazônica, vem colocar mais uma carga sobre os nossos ombros”, disse Lima.
Nesta semana, as empresas de navegação informaram que vão cobrar US$ 5 mil (cerca de R$ 32,2 mil) de “taxa de pouca água” por contêiner no Amazonas a partir de agosto, devido à rápida descida dos rios. Este ano, a previsão é de seca severa no Estado.
“Já determinei ao meu Procon que aja contra essas empresas porque isso daí é um abuso, porque aqui no rio Amazonas, a gente ainda não tem essa dificuldade de navegação. Como é que a empresa anuncia uma sobretaxação de algo que ainda pode acontecer?”, questionou Wilson.
O setor empresarial e industrial protestou contra a sobrecarga nos custos das mercadorias, apontando um aumento de até 180% em comparação com os valores cobrados no ano passado, dependendo da empresa.
A Aliança Navegação e Logística anunciou a menor taxa, de R$ 15 mil por contêiner, a partir de 1º de setembro. A MSC cobrará US$ 5 mil (R$ 27,3 mil) a partir de 1º de agosto, enquanto a Maersk cobrará US$ 5,9 mil (R$ 32,2 mil) a partir da mesma data.
A informação foi divulgada pelo secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas, Serafim Corrêa, durante uma reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS) na quarta-feira (3).
“A operadora de navegação MSC distribuiu um comunicado informando que cobrará uma ‘taxa de pouca água’ de US$ 5 mil por contêiner a partir de 1º de agosto. A Maersk anunciou uma taxa de US$ 5,9 mil por contêiner. Para se ter uma ideia do absurdo, no ano passado, devido à estiagem severa, em outubro, a taxa cobrada foi de US$ 2,1 mil”, afirmou o secretário.
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