MANAUS (AM) — O Amazonas registrou 581 mortes de indígenas por suicídio entre 2012 e 2022, liderando a região Norte, conforme dados do Atlas da Violência divulgado nesta terça-feira (18). A região Norte também apresenta a maior taxa de suicídios entre indígenas no Brasil.
Além estado, Mato Grosso do Sul (392), Roraima (123), Paraná (52), Maranhão (45), Tocantins (37), Rio Grande do Sul (29), Acre (25), Minas Gerais (25) e Santa Catarina (16) figuram com maior número de óbitos por suicídio.
No período analisado, a região teve 792 mortes por suicídio, seguida pelo Centro-Oeste (418), Sul (97), Nordeste (84) e Sudeste (41). Em 2022, Mato Grosso do Sul liderou com a maior taxa de suicídios (127,4 por 100 mil habitantes), seguido pelo Amazonas (67,2) e Roraima (54,0). Tocantins (22,3), Rio Grande do Sul (19,7) e Paraná (17,1) registraram as menores taxas.
O número subiu de 90 em 2012 para 153 em 2022, com um pico de 161 em 2021. A pandemia e as tensões nos territórios indígenas contribuíram para essas mortes. No total, 1.433 suicídios de indígenas foram registrados entre 2012 e 2022. Em 2022, a taxa de suicídio entre indígenas no Brasil foi de 16,1 por 100 mil habitantes, menor que a de 19,8 em 2012.
As causas apontadas para a alta incidência de suicídios entre indígenas, conforme a pesquisa, incluem conflitos fundiários, mudanças culturais, urbanização, deslocamento para cidades, maior consumo de álcool e drogas, e frustração pela lentidão na demarcação de terras. Essas tensões e violências históricas impactam o bem-estar psicossocial dos indígenas, levando muitos ao suicídio.
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