BRASÍLIA (DF) – Nas últimas semanas, grupos de fazendeiros protagonizaram uma série de ataques contra povos indígenas no Brasil. Até esse sábado (19), pelo menos 13 comunidades estiveram sob a mira de movimentos ruralistas organizados que, fortalecidos pelo argumento do marco temporal, hoje instituído pela Lei 14.701, invadiram terras, derrubaram casas e atiraram contra famílias indígenas.
A maioria dos ataques se dá em retaliação a um processo de retomadas e autodemarcações realizadas por comunidades indígenas dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Ceará, além de um ataque registrado no Pará.
A inércia do Estado em demarcar terras indígenas e vigência da Lei 14.701 têm sido utilizadas por esses grupos ruralistas para impor suas vontades, de forma violenta, contra os povos indígenas. Os ataques foram listados em um mapa interativo, produzido pelo Cimi, e as informações estão sob constante atualização.
Em meio a esse contexto, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) lança, na segunda-feira (22), o Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – dados de 2023.
O levantamento reúne dados sobre violações contra os direitos territoriais indígenas, como conflitos, invasões, danos e morosidade na regularização dos territórios; violências contra a pessoa, como assassinatos e ameaças, além de violações por omissão do Poder Público, como desassistência nas áreas da saúde e da educação, mortalidade infantil e suicídios.
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